Estudo aponta que erros aleatórios, naturais no processo de duplicação do DNA, são responsáveis por mais de 60% das mutações que causam câncer.
Muito se discute sobre os causadores dos diferentes tipos de câncer. Publicado recentemente na conceituada revista Science, um estudo desenvolvido por cientistas americanos da Universidade Johns Hopkins, apontou que cerca de 66% das mutações em células que causam câncer, são provenientes de erros aleatórios e sem previsão, decorrentes do processo natural de duplicação do DNA.
Para chegar a este resultado, foram analisadas sequências de DNA de mais de 30 tipos de tumores, associados a dados epidemiológicos de bases de dados de 69 países. Além de todos os tipos de câncer apresentarem na média, dois terços de mutações provenientes de erros imprevisíveis e naturais do processo de divisão celular, 29% das alterações foram atribuídas a fatores ambientais e 5% a hereditários.
Os cientistas avaliam que em tumores da próstata, dos ossos ou do cérebro, mais de 95% das alterações estão ligadas a erros aleatórios na duplicação do DNA. Já em casos de câncer no pulmão, por exemplo, 65% das mutações são provenientes de fatores ambientais, sendo o cigarro o principal deles.
Segundo um dos líderes da pesquisa, Bert Vogelstein, a maior parte dos erros na duplicação do DNA não resultam em danos. Porém, eventualmente, algum defeito interfere no gene que controla a multiplicação celular, resultando no câncer.
Apesar do estudo apontar que a maioria dos casos de câncer são causados por erros provenientes de um processo natural do organismo, os pesquisadores reforçam a importância de campanhas e programas de conscientização, visando a esquiva de agentes ambientais e hábitos de consumo, que potencializam as chances de mutações resultantes em câncer.
Vogelstein ainda pontua que, a necessidade de novos métodos detectores de todos os tipos de câncer precocemente é urgente, uma vez que, em fases iniciais, as chances de cura são extremamente superiores.
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