A corrupção é o principal fator para a atual crise no Sistema Único de Saúde
Em 14 anos foram exatos R$ 4.555.960.367,85 desviados e direcionados à corrupção no País, segundo o levantamento feito pela Controladoria-Geral da União (CGU) e encaminhado ao Tribunal de Contas da União (TCU). O principal ator atingido pela crise no Sistema Único de Saúde (SUS) é o próprio brasileiro, que se submete a situações críticas em hospitais públicos em todo o Brasil.
Mas como o País chegou nessa situação? Para responder este questionamento, foi realizado, em maio, a palestra sobre atual situação da Saúde no Brasil, no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Paraná, com o médico Carlos Vital Tavares Corrêa Lima, presidente do Conselho Federal de Medicina.
O evento reuniu diversos profissionais da área, que discutiu sobre a crise no Sistema Único de Saúde nacional, ressaltando os problemas do atendimento à população brasileira e que cresce gradativamente em todos os estados.
A crise do Sistema Único de Saúde é reflexo das inúmeras irregularidades identificadas, tanto pelo Ministério da Saúde, quanto pela CGU, em mais de 5 mil casos. Tal situação, ressaltou a importância na instauração de uma Tomada de Contas Especial (TCE), instrumento de que dispõe a administração pública para ressarcir-se de eventuais prejuízos causados por irregularidade em convênios, fraudes no pagamento de pessoal e danos ao patrimônio.
O presidente do Conselho Federal de Medicina destacou a relevância em priorizar a saúde, apontando a importância dos atuais governantes em levar o tema com a significância necessária para encarar a corrupção e não agravar ainda mais a crise do Sistema Único de Saúde.
A situação do país é alarmante, a ponto de tais análises apontar um índice escandaloso de corrupção que ultrapassa as camadas políticas e atinge a assistência médica, que segundo a Constituição Nacional, é direito de todo o cidadão. Os dados expõem um sistema que atinge o Brasil desde 2002, segundo CGU, com um montante de pelo menos 30% dos recursos federais desviados, oriundos da área da saúde.
De um total de R$ 15,9 bilhões desviados, um terço veio do Ministério da Saúde, por meio de superfaturamento, omissões nas prestações de contas e burlas em contratos e convênios. A crise no Sistema Único de Saúde deve enfrentar inúmeras investigações, principalmente no cenário político atual, que vem com um planejamento de cortes que atingem diretamente os brasileiros.
Além de toda a discussão sobre a crise no Sistema Único de Saúde, o presidente, que é clínico geral e atua na medicina há mais de 40 anos, recebeu a homenagem de colegas, durante o encontro, pela prestação de serviços relevantes à comunidade médica.