Pudemos discutir no Congresso Sul Brasileiro de Urologia, ocorrido aqui em Curitiba, semanas atrás, um estudo ousado e inovador publicado em 2014 no Journal of Urology, com um dos autores desse trabalho, o Dr. Karim Touijer, de Nova York (J Urol April 2014 Volume 191, Issue 4, Supplement, Page e765).
A ideia foi estudar como a cirurgia da próstata poderia impactar a evolução desses tumores, conhecidos por serem oligo-metastáticos. O tratamento clássico desses pacientes é o tratamento sistêmico. No levantamento, foram estudados vinte homens com idade média de 61 anos. Dezessetes deles com metástases ósseas e desses sete, com metástases em linfonodos. No fim, 85% dos pacientes operados estavam continentes depois de 3,3 meses. Do total dos pesquisados, quatorze pacientes receberam radioterapia.
O bloqueio androgênico foi utilizado por 8,5 meses em 11 pacientes e continuamente em 4 pacientes. Concluiu-se que a cirurgia pode ser utilizada em casos selecionados de pacientes com metástases ao diagnóstico inicial de câncer da próstata. Esse caminho proporciona um estadiamento patológico definitivo e ajuda a estabelecer um prognóstico mais adequado. O tratamento foi bem tolerado e pode ser benéfico para esses pacientes, apesar do estudo ser pequeno e necessitar de uma análise de longo prazo.
Manoel Guimarães – Urologista
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