O manejo atual do câncer da próstata chamado de baixo grau é um grande desafio para médicos e seus pacientes. Artigo recente de pesquisadores dos mais renomados como Jonathan I. Epstein abordam essa importante questão [Urol Clin N Amer 41 (2014) 339-346]
Esse dilema surgiu nos últimos 30 anos, após o uso disseminado do marcador PSA. Ocorre que os critérios para se definir o que é câncer como por exemplo sinais de proliferação, angiogênese, invasão e metástases, no caso dos tumores de próstata Gleason 6, são mal definidos. No caso de metástases linfonodais, é quase nulo o risco das mesmas ocorrerem! Outros aspectos são a expressão do gene AMACR e alterações cromossomiais (D8S87; 8p12; TMPRSS2-ERG; PTEN).
Muito se tem estudado e discutido sobre o chamado “overtreatment” e ainda o uso da vigilância ativa no intuito de se evitar ou mesmo postergar as possíveis complicações do tratamento como impotência e incontinência urinária. Há, no entanto, um risco de que amostras de biópsia não representem a real situação da glândula como um todo, deixando sem tratamento tumores mais agessivos (Gleason7 – 10)
Em resumo, os tumores da próstata de baixo grau devem ter seu tratamento individualizado e a decisão deve ser tomada em conjunto, paciente e médico. Novos marcadores vão em breve balizar essa decisão de maneira assertiva e objetiva.