A cirurgia da próstata para câncer metastático é um assunto intrigante entre cirurgiões, o qual vem gerando bastante polêmica.
A retirada de um órgão, ou qualquer tratamento local, quando já há câncer fora do mesmo (metastático), é um assunto polêmico e controverso, porém intrigante entre cirurgiões.
Há possíveis mecanismos de benefício ao paciente nessa ideia: Combater um possível efeito imunossupressor do tumor primário, a remoção de uma fonte de contínua disseminação da doença, e ainda no sentido de se evitar a morbidade e as complicações locais causadas pelo órgão primário com o câncer.
Uma publicação recente do jornal da Associação Europeia de Urologia (Reichard CA, et al, doi.org/10.1016/j.eururo.2018.03.031) relata um estudo realizado no MD Anderson Câncer Center, Houston, TX, USA, com 14 pacientes portadores de câncer metastático resistente à castração, e que foram tratados com a cirurgia denominada prostatectomia radical.
A cirurgia durou em média 4 horas, apresentando complicações na necessidade de reimplante do ureter e infecção. Por outro lado, não houveram mortes relacionadas à cirurgia nos 30 dias subsequentes à operação, mesmo se tratando de um grupo de alto risco.
Apesar de se tratar de um grupo reduzido de casos, ficou demonstrado que cirurgias nesse cenário são impossíveis, com resultados razoavelmente seguros.
Os autores enfatizam, no entanto, que esse é um tratamento ainda sob investigação, e não é o propósito disseminar a prática antes de maior consolidação do corpo científico.