David Julius e Ardem Patapoutian apresentam descobertas a respeito da temperatura e toque
O cérebro humano ainda é um dos territórios mais misteriosos da medicina. Muito disso se dá pela complexidade desse órgão e pela falta de material a ser explorado em estudos de tecidos não vivos. Mas a ciência caminha a passos largos e hoje temos mais um indício dessa afirmação.
A descoberta premiada com o Nobel de Medicina feita pelos dois cientistas é capaz de esclarecer, a nível molecular, como os estímulos são convertidos em sinais nervosos. Em uma aplicação prática, podemos dizer que estes esclarecimentos podem ajudar no desenvolvimento de medicações para pacientes que enfrentam dores crônicas, melhorando a qualidade de vida de milhares de pessoas.
David Julius é de Nova York, tem 65 anos e é professor na Universidade da Califórnia. Ele utilizou a capsaicina (componente encontrado na pimenta malagueta) que desperta a sensação de queimação para identificar o sensor nas terminações nervosas responsável pelo calor.
Já Ardem Patapoutian de 53 anos, natural do Líbano e professor na Howard Hughes Medical Institute, na Califórnia, utilizou de células sensíveis à pressão para descobrir uma classe totalmente nova de sensores que respondem a estímulos mecânicos nos órgãos internos e na pele.
O estudo é considerado recente, iniciado na década de 90, mas proporcionou um verdadeiro oásis de conhecimento para o desenvolvimento de novos tratamentos e para o melhor entendimento do sistema nervoso no que se refere aos estímulos mecânicos, de frio e de calor.
A Academia não só considera a descoberta como revolucionária como também reitera que graças a ela, elos essenciais foram identificados para aprimorar a compreensão da interação entre os sentidos humanos e o meio ambiente.
O Prêmio Nobel é a mais alta premiação para descobertas que trazem contribuições notáveis para a sociedade nos campos da Medicina, Física, Literatura, Química e Economia. Existe também o Nobel da Paz, concedido a personalidades que se destacam por suas ações altruístas que contribuem para a paz e fraternidade mundial. Todo ano, novas pessoas são laureadas por suas descobertas.
Quando existe mais de um ganhador, a exemplo deste ano no Nobel de Medicina, os ganhadores repartem o prêmio.