Segundo estudo, mulheres sofrem mais com problemas para dormir. Pandemia de covid-19 contribuiu para piora
Quem nunca teve problema para dormir alguma vez na vida, que atire a primeira pedra. No entanto, existem pessoas que sofrem com o sono ruim frequentemente. E não é pouca coisa. Só no Brasil, por exemplo, 65,5% da população relata problemas com o sono. Quem chegou ao dado foram cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
A pesquisa trouxe importantes descobertas sobre o sono e quais fatores contribuem para problemas na hora de dormir, bem como o perfil mais afetado pelos distúrbios e dificuldades no momento do sono.
Mulheres são as mais afetadas
Um dado recorrente em outros estudos na área, é que as mulheres são as mais afetadas pelo sono ruim. As hipóteses da ocorrência disso, de acordo com os pesquisadores, em entrevista ao jornal Estadão, são as características genéticas, a menopausa e ainda o papel multitarefas que a mulher desempenha.
No entanto, um dado inédito foi trazido pela pesquisa: o aumento de problemas no sono entre os homens mais jovens. Os autores das pesquisas tem uma hipótese para isso, sendo as próprias incertezas que chegaram com a pandemia, bem como problemas econômicos.
Fatores que contribuem para o sono ruim
Segundo a pesquisa, um outro grupo também é afetado com frequência com problemas na hora de dormir: são os viciados em mídias sociais, que usam o aparelho momentos antes de dormir. O Instituto do Sono já apontou quais são alguns dos efeitos do uso do celular no sono. Entre eles estão a demora para conseguir dormir, sono ineficiente e com menor duração e sintomas nos horários diurnos, como cansaço, fadiga e dificuldades de concentração.
No estudo, os três fatores mais comuns que são responsáveis pela má qualidade de sono, são o diagnóstico de insônia, o uso de mídias interativas (televisão, celular) pouco antes da hora de dormir e a ausência do parceiro na mesma cama.
Sobre o estudo
O estudo dos pesquisadores brasileiros foi publicado na revista Sleep Epidemiology e ouviu 2.635 pessoas em todo o país. Foi utilizado um questionário padrão para definir a qualidade de sono dos entrevistados, com diferentes dimensões para definir o padrão de sono, conforme explicado em reportagem do jornal Estadão.